Maior ponte do mundo inaugurada com câmaras que detectam as vezes que os condutores bocejam

Depois de vários atrasos, a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macao foi finalmente inaugurada esta terça-feira, ao fim de nove anos de construção. Esta ponte, que será sujeita a quotas, custou cerca de 1,9 mil milhões de euros, de acordo com o "South China Morning Post" e é considerada a maior infra-estrutura marítima do mundo.

A cerimónia de inauguração, que teve a presença do Presidente da China, Xi Jinping, contou com a presença de mais de 700 convidados e decorreu na cidade chinesa de Zhuhai, adjacente a Macau.

A estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros. Para colocar estes números em perspectiva, basta recordar que a "nossa" Ponte Vasco da Gama tem uma distância total de 17,34 quilómetros.

Esta estrutura está repleta de tecnologia, sendo que uma das maiores novidades é um circuito de câmaras que controlam as vezes que um condutor boceja. Se o fizer pelo menos três vezes em 20 segundos as câmaras vão considerá-lo um risco e vão emitir um alarme para perceber se está em condições de continuar a conduzir.

De acordo com o jornal "The Guardian", durante a travessia haverá sensores capazes de monitorizar a pressão e ritmo cardíaco dos condutores, sendo que essa informação será depois enviada para o comando de controlo da ponte.

A segurança dos utilizadores da ponte é prioridade, e por isso o acesso ao tabuleiro será bastante condicionado. Quem entrar na ponte em Hong Kong, por exemplo, terá que pedir uma autorização especial para o fazer, sendo que existirão credenciais especiais para estadias de longa duração.

Outra das questões que está a despertar curiosidade é o lado em que se deve conduzir na ponte. É que se em Hong Kong e Macau se circula pela esquerda, no restante território chinês a circulação é sempre feita pela direita. Ao que tudo indica ainda está a ser estudada a melhor resposta a este problema, que poderá passar por uma troca de faixa (em laço) durante a travessia.

O grande objectivo deste projecto passa por criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).

Recorde-se que a abertura estava prevista para 2016, mas vários problemas, entre eles alguns acidentes de trabalho, uma investigação por corrupção e derrapagens orçamentais, obrigaram a um adiamento de dois anos, levando com que esta construção demorasse nove anos a ficar concluída.

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